crítica de cinema

stêvz
2 min readFeb 6, 2020

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O MONSTRO DA LAGOA NEGRA (dir. Jack Arnold, 1954)

por Rubensvaldo Filho

O anfíbio antropomorfo ajuda a doutora Lawrence a se levantar

Novamente o imperialismo vem dar as caras para tomar o que é nosso. A comitiva de cientistas americanos metidos a exploradores — e como — , invade a selva amazônica, em convênio com o Instituto de Biologia Marítima, apenas para causar o maior impacto possível ao meio ambiente. Uma escavação irregular — certamente em busca de minérios preciosos — desenterra o fóssil de uma espécie desconhecida, o possível elo perdido e ancestral anfíbio do ser humano.

Movidos pelo prestígio que a descoberta causaria na comunidade científica do primeiro mundo, os americanos montam expedição para caçar seu último exemplar vivo. Contratam uma embarcação de pesca sem licença, cujo suspeito capitão se diverte em tocar o apito para espantar os animais ribeirinhos, e navegam rio adentro até o riquíssimo ecossistema onde vivem, além do espécime em questão, centenas de outras espécies não-classificadas pela ciência.

Os gananciosos cientistas capturam o espécime envenenado

Adentrando o habitat intocado, todos os guias indígenas são mortos de forma patética pelo ameaçado (e, por isso, ameaçador) “monstro”, enquanto aos cientistas resta mergulhar na lagoa negra colhendo amostras geológicas e depredando a flora nativa. Ao se depararem com o triste animal, decidem envenenar a água — e consequentemente todos os peixes do local — para capturá-lo como prêmio. Enquanto isso, a mocinha contribui com o desastre ambiental atirando as bitucas de seus cigarros do barco. Após destruírem um dique de castores que represava o lago, os invasores perseguem o monstro até o seu ninho, alvejando-o em seguida com tiros de espingarda e levando, enfim, a raríssima espécie à extinção.

“O monstro da lagoa negra”, uma espécie agora extinta

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